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08-03-2006

Não bastava a nossa economia andar de rastos


Palavras (in) discretas - A morte vem do céu

Não bastava a nossa economia andar de rastos. Agora, surge o problema da gripe das aves, que uns levam muito a sério e outros tão pouco.

Como se fosse coisa pouca ou de somenos importância.

Os serviços de fiscalização fazem uns biscates. Não há trabalho de prevenção nas zonas de risco. Há uns conselhos, alguma pedagogia nos jornais que, todavia, nunca poderão substituir os técnico no terreno. Há áreas próximas, caso de S. Jacinto, em que pouco ou nada se tem feito com medidas profiláticas. Se calhar, para não desestabilizar as capoeiras ou levantar penas que julgam desnecessárias.

Estamos no melhor dos reinos, quase orgulhosos da nossa imunidade.

Ali perto, na Torreira, foram encontrados mortos alguns gansos-patolas. Logo se propagou o medo. Havia chegado a gripe aviária. Falso alarme e um rápido alívio.

Agora, até a bacia do Cértima, com a Pateira incluída, foi excluída das zonas de risco.

Por este lado, estamos safos, pensarão alguns mais dados ao sossego.

Mais práticos foram os responsáveis pelo Parque Zoológico de Montemor-o-Velho, que começaram a vacinar os avestruzes. Ao contrário de alguns políticos que parece que mais estão interessados em colocar a cabeça debaixo da areia...

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, mostra-se optimista e já declarou que Portugal não vai declarar “guerra comercial” as importações de aves de França, nomeadamente de foie-gras (fígado de pato e ganso). Ao contrário de 43 países que já decretaram o embargo. Ou os outros ministros são mais espertos ou mais distraídos do que o nosso. Das duas uma.

Claro que entendemos que Jaime Silva não deve espalhar o pânico e até dar o exemplo de comer, sem qualquer risco, o franguinho de churrasco. Dizer o contrário era abrir caminho à ruína de muitos aviários, como está a suceder em muitos países, nomeadamente em França.

Não estará, no entanto, o ministro a ser avestruz?

Uns argumentam que o perigo só chegará verdadeiramente lá para Outubro quando as aves vierem do norte da Europa. É que as aves migratórias, que agora estão de passagem, provenientes de África, não carregam o vírus, voam de asas limpas.

Portanto, até Outubro, nada de más notícias.

Um alívio geral.

Um compasso de espera.

Entretanto, todos nos vão paleando com alguns conselhos: lavar bem as mãos, não mexer no nariz, na boca e nos olhos; ter cuidados de higiene; não conviver com as aves domésticas, mas tê-las debaixo de olho; comer carnes de aves, só quando cozinhadas a uma temperatura, nunca inferior a 70 graus, para a matança do vírus; enquanto alguns, os mais simplistas de todas as praças, garantem mesmo que a gripe das aves é uma doença animal e não se transformará em doença humana, como se já não tivessem morrido cerca de 100 pessoas de cerca de 180 infectadas em todo o mundo... que a propagação é sobretudo por via aérea. É caso para dizer que a morte vem realmente do céu.

Talvez por isso o nosso crónico deixa correr, ou melhor, neste caso, “é deixá-las voar”. Depois, se verá.

Quando, depois, já pode ser tarde de mais.

Quando, depois pode ser tempo de deitar mãos à cabeça, ainda que agora fosse tempo (oportuno de pôr mãos à obra).

Quando, depois, pode ser tarde e noite de lágrimas e mais receios e mais lágrimas.

Os políticos e técnicos da saúde vão, de algum modo, fazendo de conta que esta gripe não é nadinha connosco.

Mas a verdade é que, quando chegar a gripe, o vírus não irá fazer de conta. E oxalá que os ministros da Agricultura e da Saúde, Jaime Silva e Correia de Campos, não venham a ser julgados por enfiarem demasiado a cabecinha na areia...


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